segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nova lei que prevê a instalação de portas com detectores de metal não é bem recebida pelos proprietários de lotéricas
 
Na última terça-feira (29) foi sancionada pelo prefeito Eduardo Debacco Loureiro e publicada a Lei nº 3.428, de 28 de junho de 2010, que prevê a obrigatoriedade da instalação de portas de segurança com detectores de metal na agências lotéricas de Santo Ângelo. Mas a nova regulamentação não foi bem recebida pelos proprietários das agências.

A justificativa para a nova regulamentação é inibir atividades criminosas. O prazo para as quatro lotéricas existentes em Santo Ângelo se adequarem à instalação de portas de segurança é de 180 dias.
A agência que não se adequar à legislação será penalizada com aplicação de multa no valor de R$ 9 mil.

A reportagem do Jornal das Missões entrou em contato com o proprietário de uma das agências. Reinoldo Posses, que é o responsável pela agência Saci, localizada na Marques do Herval, mostrou-se contrário à lei. “Discordo pois não foi feito nenhum tipo de reunião com as partes interessadas. Isso terá custos e não tem espaço físico. Fica inviabilizado. Hoje não tem condições”, afirmou.

Reinoldo defende que assim como as agências bancárias, outros setores que trabalham com fluxo de dinheiro, deveriam ser incluídas neste tipo de iniciativa. “Se isso vale para as agências lotéricas, teria que valer também para outros postos de recebimentos, como os Correios, os postinhos do Banrisul. Acho que nenhum comércio escapa”, salientou.

Segundo ele ainda, o sistema de segurança utilizado atualmente vem se mostrando eficaz. Na sua agência, existe sistema de filmagem e cofre com boca de lobo, que só é acessado por funcionários da Prosegur, empresa de transporte de valores. “É uma medida que vai inviabilizar o nosso negócio”, concluiu.

O gerente geral da Caixa em Santo Ângelo, Luiz Carlos Kozenieski, vai no mesmo tom do proprietário da agência Saci. Em entrevista no programa Linha Aberta da Rádio Santo Ângelo, ele afirma que a principio a Lei é para ser cumprida, porém discorda de sua aplicação.

“Como a legislação quer proteger o cliente, informo que o último assalto em lotéricas ocorrido na cidade foi há mais de 5 anos”, explicou.

Luiz Carlos chamou a atenção também para os custos que a adequação das agências irá ocasionar.
“Isso vai aumentar o custo, além das agências não possuírem espaço físico adequado para sua instalação. Será necessário ter um funcionário treinado exclusivamente para liberar o acesso dos clientes através da porta eletrônica”, diz o gerente da Caixa.

Conforme ele, a Caixa já possui um sistema padrão de segurança com suas agências lotéricas. Luiz Carlos Kozeneski contou ainda que o próprio recolhimento de dinheiro é feito por carro forte. No final da entrevista, ele afirmou que a intenção é se reunir com as autoridades municipais para falar sobre a nova regulamentação. “Queremos conversar com o prefeito e com os vereadores que aprovaram essa Lei. Queremos que ela seja mais branda e juntos possamos encontrar outra fórmula de garantir a segurança aos usuários das lotéricas”, disse o gerente.

 http://www.vigilantecntv.org.br/noticia
Fonte: Jornal das Missões _RS   

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