quinta-feira, 5 de agosto de 2010

7º Congresso Nacional - Heralde Silva Santos


Perspectivas da Segurança Privada no Brasil e no mundo
 
O debate sobre as perspectivas da segurança privada no Brasil e no mundo foi aberto pelo sociólogo e doutorando da USP Cleber da Silva Lopes. Ele lembrou que, nas últimas décadas, o mundo em geral e o Brasil em específico experimentaram grandes transformações nas formas de garantir a segurança física e patrimonial de indivíduos e grupos sociais. “A preservação da incolumidade das pessoas e do patrimônio deixou de ser uma atribuição exclusiva do Estado”, ressaltou”.

O especialista exibiu números capazes de demonstrar que o mundo ocidental tem hoje mais profissionais de segurança privada do que policiais atuando. São 348 profissionais de segurança para cada 100 mil habitantes contra 318 policiais.

Países como os EUA tem uma relação de profissionais de segurança privada por policial em torno de 3:1. “O Brasil segue essa tendência geral de expansão dos serviços particulares de proteção, embora tenha um número de vigilantes que ainda não superou o de policiais civis e militares”. De acordo com Cléber, existem hoje 458 mil vigilantes e aproximadamente 526 mil policiais. “Mas as perspectivas são de que o setor de segurança privada continuará a crescer no Brasil e logo superará as forças policiais em efetivo, algo que já ocorreu nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina”, ressalvou.

Cléber destacou cinco tipos de relações possíveis entre segurança privada e segurança pública:– relações de conflito, relações de competição, relações de indiferença, relações de coordenação e relações de coprodução. E explicou que, no curto prazo, as relações entre segurança pública e segurança privada continuarão problemáticas. “Mas no médio prazo, os grandes eventos que o Brasil sediará incentivarão fortemente uma melhora nas relações entre segurança pública e privada”, disse, citando a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Segundo ele, esses grandes eventos que o Brasil sediará serão um grande incentivo para a melhora nas relações entre segurança pública e privada.

Em seguida, o presidente da Fenavist, Odair Conceição, abordou a realidade da segurança privada no Brasil e no mundo. Com dados e números, Conceição tentou demonstrar que “diferentemente do que muitas pessoas imaginam, a segurança privada não é elitizada. Na verdade, ela é popular” Ele citou como exemplo, a utilização do sistema bancário: “ Ao utilizar um banco, a população usufrui da segurança privada, já que a proteção é feita por empresas particulares. Ou seja, mesmo não sendo responsável pela contratação, o cidadão é beneficiado”, garantiu.

Para o presidente da Fenavist, apesar de continuar a crescer de forma sólida em todo mundo, o mercado de segurança privada ainda sofre com problemas como a falta de Legislação; a clandestinidade; a formação de dumping (muitas empresas grandes têm aproveitado a abertura de mercado para comprar companhias em países emergentes. Em seguida utilizam-se da prática de dumping para passar a dominar o mercado);a desconfiança de parte da sociedade e da imprensa que enxergam a atividade de forma equivocada, comparando os envolvidos com o segmento de segurança privada com mercenários; a falta de conscientização e maturidade empresarial; aigração para a atividade de profissionais de diversas atividades extintas ou ameaçadas de extinção;

“As perspectivas para os próximos anos são positivas. A realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 deve gerar boas oportunidades para a atividade”resumiu.

Odair Conceição fez duras críticas ao relatório do deputado professor Sétimo, que consolidou vários projetos para modificação da Lei 7.102/83 ,que regulamenta a segurança privada. E, sobre a reivindicação dos vigilantes do adicional de risco de vida de 30%, comentou, “ ele não pode vir da noite para o dia, porque o país não suporta”.

Além do presidente da CNTV, José Boaventura, e dos palestrantes, compuseram a mesa de debates o secretário licenciado de assuntos parlamentares, Chico Vigilante, e o assessor jurídico do Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco, Francisco Fragoso.
 
Fonte: Assessoria de Imprensa CNTV

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